segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nena andou vendo os aviões

Já é mais ou menos conhecida a fixação do Mendes em comparar o estilo literário do seu "Reader's Digest" (que, a propósito, me apanhou o endereço de mail, e agora nunca mais vai largar...sssss!...) à também sua belíssima canção "Vien avec moi regarder les avions", ou, em português, usando o Google Tradutor, que está longe de ser tripeiro, "Venha comigo para ver os aviões" (qualquer pessoa normal diria "Anda comigo ver os aviões") - tenho de apressar este post, porque a mulher chamou para jantar (não haja enganos, eu também o faço de vez em quando, e não só de churrasco no quintal com avental e pose de macho latino) - , bom, adiante, ia dizendo, é conhecida a fixação do Mendes por essa comparação literária, mas a música dos aviões é do mais violentamente romântico que se tem feito, precisamente porque, e já outros o disseram noutros lados, o amor como merdice vende muito mas é estupidificante, mas o amor autêntico, o real, é baço, cruelmente vulgar, simples, rotineiro, mas dota as suas vítimas de felicidade.

Vai daí há que dizer que a "musa necessária" deste blogue andou vendo os aviões num dia que integrava o pico de Agosto, enquanto todos os outros estavam na praia, provavelmente com um dos seus primeiros namorados, de mão dada junto à rede de Pedras Rubras antes de ser um dos melhores aeroportos da Europa, e que o Porto de Leixões faz parte da matéria de qualquer tripeiro, tenha ou não sido arrastado para o Senhor de Matosinhos, principalmente desta geração, que tem filhos lindos a nascer no Pedro Hispano, nem que tenha sido pelos momentos breves em que aguardou na fila olhando o rendilhado de contentores e o movimento delicado da ponte móvel.

Qualquer fã obcecado dos Azeitonas sonha estar de mão dada com uma Azeitonette teórica (a Nena não, a Nena não!) num por do sol alaranjadó-salmão, em plena auto-estrada (em contravenção) vendo a saída de um cargueiro rumo à Galiza.

Por isso é que a Nena andou vendo os aviões, asseguro-vos, pelo menos entre o Inverno do ano em que Glenn Frey dos Eagles gravou a solo a "Sexy Girl" e o presente.

Por isso é que foi.

Pedro Caius

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